O
embaixador da Venezuela no Iraque, Jonathan Velasco, se afastou neste sábado
(2) do presidente Nicolás Maduro por considerar que seu governo violou a
Constituição do país e se colocou à disposição do presidente do parlamento, o
opositor Juan Guaidó, que em 23 de janeiro se autoproclamou como presidente
interino.
Os
opositores venezuelanos e partidários do regime Maduro saíram às ruas neste
sábado em manifestações contra e a favor do governo chavista. Após os protestos,
Guaidó anunciou uma nova data de mobilização, dia 12 de fevereiro.
"O
senhor presidente Guaidó, o senhor está do lado certo da história, do povo e da
Constituição. Por isso, nos colocamos a serviço do Estado que o senhor
constitucionalmente representa e dirige", disse Velasco em um vídeo
veiculado pelas redes sociais.
O
diplomata destacou que Maduro e "seu clã de usurpadores ultrapassaram uma
barreira que rompe o limite admissível entre ser um funcionário de Estado e
cúmplice de um governo usurpador".
Também
neste sábado, mais cedo, outro vídeo foi divulgado no qual o general de divisão
e diretor de Planejamento Estratégico da força aérea venezuelana, Francisco
Esteban Yánez Rodríguez, deixava de reconhecer Maduro como presidente e
convocava os militares a apoiarem Guaidó.
Um
chamado similar foi feito pelo diplomata Velasco ao pedir a todos os cidadãos
que exercem funções de Estado e de governo que deem "um passo
adiante" para defender a Constituição e o povo venezuelano.
O
embaixador indicou que a Assembleia Nacional (AN, parlamento) é o "único
poder da República apegado à ética, à legitimidade e à legalidade", e
garantiu que esta instituição é a responsável por preencher o vazio de poder
criado pela violação da Constituição.
"Apoiar
o presidente da Assembleia Nacional é nossa obrigação, dever e responsabilidade
constitucional. O engenheiro Juan Guaidó tem o direito e o dever constitucional
de assumir a Presidência da República", afirmou o embaixador.
No
dia 21 de janeiro, cerca de 30 militares de um comando da Guarda Nacional
Bolivariana (GNB) se sublevaram em um bairro de Caracas contra o governo de
Nicolás Maduro.
O
fato ocorreu depois que o parlamento, controlado pelo antichavismo, aprovou um
decreto-lei para oferecer anistia a todos os funcionários civis e militares que
não reconheçam Maduro e contribuam para restabelecer a democracia, que a AN
garante que está sendo solapada.
Esse
foi o recurso utilizado por Guaidó para tentar conseguir o apoio das Forças Armadas
e dos funcionários de Estado após se autoproclamar presidente interino por
considerar que Maduro é um usurpador da presidência da Venezuela, eleito em um
pleito considerado fraudulento pela oposição.